quarta-feira, 19 de maio de 2010

17 perguntas para o humorista Fabio Rabin

Após um ano longe de Curitiba, o apresentador da MTV e humorista Fabio Rabin, 29 anos, apresenta seu novo show de stand-up, Sem Noção (confira o serviço completo), nos próximos dias 22 e 23 de maio no Teatro Regina Vogue. Na conversa com o Guia Gazeta do Povo, ele surpreendeu ao contar que daria um beijo na boca da senadora Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência. “Eu simpatizo com ela. Só um selinho”, disse, aos risos.

O humorista conta também que já levou um fora numa partida de futebol e que já foi alvo de piadas na escola. “Fui zoado a vida inteira, eu era o gordinho da turma”, falou.

Confira a entrevista:

Qual foi o momento mais sem noção da sua vida?

Fui preso na Itália por causa de uma briga no avião com uma aeromoça nazista. Alguém pichou o banheiro no avião e, como sou judeu, ela me culpou. Quem tinha feito isso foi um italiano, não eu! Fui acusado de terrorismo. Foram muitos (momentos sem noção)! Passei gel no Wagner Moura. E quando eu tinha cinco anos, um tio-avô morreu. Eu fugi da minha família porque queria examinar o corpo. E examinei com uma lupa. Queria achar o assassino dele. Ele morreu de diabetes.

Qual o pior fora que você já levou?

Foi ontem (4/5). Estava saindo com uma menina. Fomos assistir ao jogo do São Paulo. No meio do jogo ela disse: “Eu já fiquei com aquele jogador...” Eu respondi que no meu meio existem muitas “marias-comédias” e ela: “Pra que ficar com comediante? Prefiro jogador de futebol, tem muito mais dinheiro”.

Em quem você daria um beijo na boca? E em quem você daria um tapa na cara?

Beijo na boca? Muita gente viu, mas eu daria um na Marina Silva.

Na Marina?

(risos) Só um selinho. Eu simpatizo com ela.

E o tapa na cara?

Daria no Maluf. Ou melhor: na família dele. Ele já está muito velhinho. Daria um tapa nos netos dele pelo avô que têm.

O que tira você do sério?

Injustiça. Todo tipo de injustiça. Profissional, cotidiana...

Se você morresse amanhã, quais as três coisas que faria imediatamente?

Um filho. Nossa, já é grande coisa hein? (risos) Uma grande doação e um filme relâmpago.

Qual a cidade do País mais “bem-humorada” e mais “mal-humorada”?

Há lugares onde riem de tudo. Há lugares em que só riem do que é politicamente correto. Acho que Rio de Janeiro e Belo Horizonte são as mais bem- humoradas. Mal-humorada: interior de Minas. O pessoal lá é mais recatado. Mas São Paulo é a mais mal-humorada no cotidiano por causa do trânsito e da poluição.

E Curitiba?

Curitiba é o meio-termo. É a média do humor no Brasil. Para mim, Curitiba ri do que é engraçado.

Você já foi motivo de piada?

Bastante, a vida inteira. Era gordinho, era “zoado” na escola. Uma vez, estudei durante uma semana inteira na sala errada. Quando descobriram, fui “zoado” o ano inteiro. Mas o importante é as pessoas rirem. Não importa se é de você ou com você.

Quem é seu alvo preferido nas piadas? Corintianos? Mulheres?

Eu mesmo. Acho que a minha relação com as mulheres. Tirar sarro só de mulheres é uma coisa gratuita, sabe? Prefiro tirar sarro das relações.

Do que você não tem coragem de fazer piada?

De religião e da cor (da pele da pessoa). Qualquer condição que a pessoa não possa mudar. Doença grave também. Lepra (hanseníase) dá pra fazer. Tem aquela lenda de que cai um pedaço da pessoa. E não é uma doença tão comum. Mas câncer e aids não dá pra brincar. Religião também. Eu sou judeu e brinco só com essa religião por que é a minha religião. Mas não cito nada do holocausto, por exemplo, respeito essa história.

Dos sete pecados capitais, qual tem mais a ver com você?

A gula.


E um preconceito, qual é o seu?

Mulher com bafo.

Então, como é a mulher ideal?

Linda, inteligente, bem-humorada, companheira e liberal. Ops, brincadeira! Tem que ser reservada. Tem que ter personalidade.

Qual o pior mico que você já pagou?

Fui a uma cerimônia judaica aonde todos vão muito arrumadinhos. Eu fui de terno, tênis e cheguei atrasado. Na cerimônia, os homens ficam separados das mulheres. Eu não sabia. Cheguei e sentei onde eu me sentia melhor - que era o lado das mulheres. O rabino parou as orações para chamar minha atenção e mandou eu ir para o lugar certo.

Qual é o seu momento sem graça?

Quando estou envolvido emocionalmente com qualquer coisa. Ontem, por exemplo, tinha um corintiano assistindo ao jogo do São Paulo e torcendo contra. Quando perdemos um pênalti, ele comemorou. Eu queria “matá-lo”. Se estivéssemos sozinhos, teria “matado” ali na hora Brincadeira, mas acho que é isso (o momento sem graça). Quando morre alguém, também não dá pra brincar na hora. Tem que dar tempo ao tempo.


Extraído do site: http://guia.gazetadopovo.com.br/mat/17-perguntas-para-o-humorista-fabio-rabin-beijaria-a-marina-silva/1000081/